Lá
vem os dois. Qual seus nomes?
Que
diferença faz na tarde, na noite e na manhã que eles cruzam o meu caminho?
Relevante
é o ser, e eles são um par de pessoas dignas da minha atenção.
Ele com seus permanentes óculos escuros. Espessa barba
com alguns fios grisalhos lhe tomando o rosto, um gorro, por vezes um chapéu, sempre
trajando uma jaqueta de linho ou algodão, calças pretas, botas gastas.
Ela
com seu cabelo rastafári chegando aos ombros, coxas grossas expostas como dois
pilares reluzentes, jamais abre mão do shortinho que usa, a blusa agarrada ao
corpo, expressão séria que sempre traz no rosto, altiva, olho no olho, ágil e
forte mesmo com seu ar cansado.
Os
vejo por aí, ao passarem diante do cemitério, sentados num banco de praça perto
da Matriz, numa sarjeta nos arredores do Mercado, na praça de um bairro
adjacente ao centro. Parados,
conversando um com ou outro ou dividindo entre si, seus achados catados nas
ruas, nas portas de casas, nos lixos, no acaso de uma oferta generosa, que as
vezes tem.
Eles
são duas incógnitas
Eu os vejo sempre por aí. Você os vê batendo a sua porta?
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